O ministro Marcos Jorge de Lima (MDIC) reuniu-se nesta quarta-feira (4/4) com o vice-primeiro-ministro de Economia de Luxemburgo, Étienne Schneider, para discutir formas de ampliar as trocas comerciais e os investimentos entre os dois países. Marcos Jorge lembrou que, apesar do comércio bilateral ainda ser reduzido (US$ 72 milhões em 2017), os investimentos de Luxemburgo no Brasil e do Brasil em Luxemburgo superam os US$ 20 bilhões, o que, segundo o ministro, demonstra o grande potencial das relações comerciais bilaterais. Além disso, Luxemburgo é membro fundador da União Europeia e apoia a conclusão do acordo do Mercosul com o bloco europeu.
O vice-primeiro-ministro de Luxemburgo manifestou interesse em intensificar as relações comerciais com o Brasil, e convidou o ministro Marcos Jorge para chefiar uma missão oficial do governo brasileiro àquele país, com o objetivo de estabelecer novas parcerias. Luxemburgo é considerada um dos mais importantes centros financeiros da Europa. Atualmente, mais de 150 instituições financeiras têm filiais em Luxemburgo. A exportação de serviços é hoje uma das principais fontes de renda do país. O vice-primeiro-ministro informou, ainda, que Luxemburgo conta com uma força de trabalho bastante diversificada. Dos cerca de 500 mil habitantes, quase a metade é de estrangeiros, e mais de 40% dos trabalhadores residem em outros países e deslocam-se, diariamente, para trabalhar no grão-ducado. Entre trabalhadores residentes e não residentes, estima-se que dois terços da força de trabalho sejam de origem estrangeira.
Também participou do encontro o embaixador de Luxemburgo no Brasil, Carlos Krieger.
Investimentos
Segundo o Banco Central (BCB), o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de Luxemburgo no Brasil em 2015 (última atualização) foi de US$ 25 bilhões, o que colocava aquele país na 10ª posição no ranking de estoque, na modalidade participação no capital. Já o estoque de IED brasileiro em Luxemburgo em 2016 (última atualização) foi de US$ 22 bilhões o que representa a 6ª colocação no ranking no Censo de Capitais Brasileiros no Exterior, também na modalidade participação no capital.
Luxemburgo promoveu uma sensível mudança em sua economia a partir dos anos 1960, ao afastar a forte dependência da indústria do aço por meio do investimento na indústria de alta tecnologia e, principalmente, no setor bancário.
Intercâmbio comercial Brasil-Luxemburgo
Em 2017, 63 empresas brasileiras realizaram exportações para Luxemburgo e 227 empresas brasileiras importaram produtos do país europeu. A corrente de comércio bilateral – soma de importações e exportações – foi de US$ 72 milhões. No ano passado, as vendas externas do Brasil para Luxemburgo aumentaram 184% com relação ao ano anterior, tendo passado de US$ 11 milhões para US$ 31 milhões. Já as importações brasileiras de Luxemburgo diminuiram 67,6% em relação a 2016, quando passaram de US$ 126 milhões para US$ 40,9 milhões. 92% das exportações brasileiras para Luxemburgo é composta de produtos manufaturados. Entre os principais produtos brasileiros que são vendidos para aquele mercado, destacam-se aviões (52,9%), preparações e artigos farmacêuticos (6,5%), além de bombas, compressores e ventiladores (4,8%). Importamos de Luxemburgo principalmente pneus (12,8%), telas para pneus (10,6%), chapas laminadas (9%), moldes para borracha (7,3%), e poliésteres (6,5%) e tecidos sintéticos (5,6%).
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços